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| Eu e Bia (ela com 12 dias de vida) |
Desde que a minha filha nasceu eu penso em
escrever para falar sobre a maternidade. Já adianto que não quero
dizer que o que escreverei é a verdade sobre tema tão complexo. Trata-se apenas
da minha visão sobre tudo o que aconteceu na minha vida. A minha vida começou a
mudar no dia do resultado do teste de gravidez. Eu não tinha a mínima noção do
que seria a minha vida a partir daquele momento. A mínima. E acho que foi bom eu ter demorado a escrever esse texto, pois continuei sem saber durante um bom tempo. Hoje tenho uma melhor visão do que é ser mãe e acredito que ao longo dos anos terei essa visão cada vez melhor.
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| Meus testes de gravidez. (fiz o de sangue depois) |
Na minha opinião, ser mãe é muito difícil. Considerando as pessoas que querem ser mães de verdade. E essa trajetória – curta até o momento – começou em
outubro de 2011 quando fiz o teste de gravidez. Vale destacar que tive uma
gravidez tranquila. Tive os costumeiros enjôos. Nenhum desejo. Engordei de
forma razoável e trabalhei intensamente até 15 dias antes de minha filha
nascer. Nesse meio tempo, terminei meu mestrado e com quase 8 meses de gestação
defendi a minha dissertação. Não tive nenhuma complicação na gravidez e nenhuma
doença. Minha filha foi considerada um bebê GIG (sim, GIG de gigante) e por
isso regularmente fiz testes de glicose – sinceramente o único sufoco físico
que passei. Mas passei por muitas restrições: na alimentação, nas bebidas, nos
excessos. Você precisa se alimentar corretamente, se exercitar, dormir o tempo
correto, ter mais calma para não se estressar. Você vê lentamente seu corpo
mudar por completo, assim como sua agilidade, locomoção e independência.
Trata-se aí do ponto mais difícil, para mim, da gravidez: a fragilidade. A
dependência de outras pessoas, a sensação de impotência e longa espera, além
dos hormônios que te fazem ter oscilações tremendas de sentimentos. Gravidez
não é fácil. Trata-se de um ser humano crescendo dentro de você. Algo
objetivamente estranho de se pensar mas emocionalmente intenso de se viver.
Até que chegou o dia... Tudo marcado. Até a hora. Eu estava relativamente calma. Filmei o céu e o caminho. Era 11 de junho de 2012. O dia estava lindo. Fui para o hospital e após a burocracia da internação, fui para o quarto, coloquei o quadrinho na porta e fiquei esperando a hora de conhecer a minha Beatriz. O nervosismo veio total na hora que subi na maca para a sala de parto. Nossa, como fiquei nervosa. Fiquei demais. Fui para o centro cirúrgico e ainda tive que esperar quase uma hora.
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| Primeira foto minha depois do nascimento da Bia. |
Enfim, na sala de cirurgia o MEDO bateu... não sei se da cirurgia, não sei se o nervosismo acumulado (ou excessivamente controlado), ou pelo fato de que seria mãe em minutos. Passei mal. Muito mal. Vomitei, chorei, quase desmaiei. Claro que sem fazer muito escândalo, como uma mãe deve ser.
Virei para a médica e falei: - Doutora, eu sou tão controlada. Por que estou tão nervosa? E ela me respondeu: - Porque não é todo dia que se vira mãe. E ao pensar nisso, me acalmei. Eu precisava ficar bem por ela.
E aí chegou o momento em que TUDO seria diferente a partir dalí: Beatriz nasceu. No dia 11 de junho de 2012, às 13h04, com 3.755 kg e 50 cm e chorando muito. Quando a médica a trouxe para o meu lado, ela ouviu a minha voz falando com ela e por alguns segundos parou de chorar. Ela me reconheceu. Ela sabia que a mãe dela estava alí e que iria protegê-la.
Eu nunca tinha chorado de felicidade. Mas dessa vez eu chorei e MUITO. Foi a maior e a mais indescritível emoção da minha vida. O maior amor do mundo! E tudo estava apenas começando...
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| Bia no seu primeiro dia de vida. |
Essa é a primeira parte da história... Por isso, considerei esse post como "Maternidade - Parte I". Ainda tem muita coisa pela frente...
Nos encontramos em outros posts.
Um forte abraço.








