sexta-feira, 27 de março de 2015

Maternidade - Parte I


Eu e Bia
 (ela com 12 dias de vida)
Desde que a minha filha nasceu eu penso em escrever para falar sobre a maternidade. Já adianto que não quero dizer que o que escreverei é a verdade sobre tema tão complexo. Trata-se apenas da minha visão sobre tudo o que aconteceu na minha vida. A minha vida começou a mudar no dia do resultado do teste de gravidez. Eu não tinha a mínima noção do que seria a minha vida a partir daquele momento. A mínima. E acho que foi bom eu ter demorado a escrever esse texto, pois continuei sem saber durante um bom tempo. Hoje tenho uma melhor visão do que é ser mãe e acredito que ao longo dos anos terei essa visão cada vez melhor.

Meus testes de gravidez. (fiz o de sangue depois)
Na minha opinião, ser mãe é muito difícil. Considerando as pessoas que querem ser mães de verdade. E essa trajetória – curta até o momento – começou em outubro de 2011 quando fiz o teste de gravidez. Vale destacar que tive uma gravidez tranquila. Tive os costumeiros enjôos. Nenhum desejo. Engordei de forma razoável e trabalhei intensamente até 15 dias antes de minha filha nascer. Nesse meio tempo, terminei meu mestrado e com quase 8 meses de gestação defendi a minha dissertação. Não tive nenhuma complicação na gravidez e nenhuma doença. Minha filha foi considerada um bebê GIG (sim, GIG de gigante) e por isso regularmente fiz testes de glicose – sinceramente o único sufoco físico que passei. Mas passei por muitas restrições: na alimentação, nas bebidas, nos excessos. Você precisa se alimentar corretamente, se exercitar, dormir o tempo correto, ter mais calma para não se estressar. Você vê lentamente seu corpo mudar por completo, assim como sua agilidade, locomoção e independência. Trata-se aí do ponto mais difícil, para mim, da gravidez: a fragilidade. A dependência de outras pessoas, a sensação de impotência e longa espera, além dos hormônios que te fazem ter oscilações tremendas de sentimentos. Gravidez não é fácil. Trata-se de um ser humano crescendo dentro de você. Algo objetivamente estranho de se pensar mas emocionalmente intenso de se viver.

Até que chegou o dia... Tudo marcado. Até a hora. Eu estava relativamente calma. Filmei o céu e o caminho. Era 11 de junho de 2012. O dia estava lindo. Fui para o hospital e após a burocracia da internação, fui para o quarto, coloquei o quadrinho na porta e fiquei esperando a hora de conhecer a minha Beatriz. O nervosismo veio total na hora que subi na maca para a sala de parto. Nossa, como fiquei nervosa. Fiquei demais. Fui para o centro cirúrgico e ainda tive que esperar quase uma hora. 

Primeira foto minha depois do nascimento da Bia.
Enfim, na sala de cirurgia o MEDO bateu... não sei se da cirurgia, não sei se o nervosismo acumulado (ou excessivamente controlado), ou pelo fato de que seria mãe em minutos. Passei mal. Muito mal. Vomitei, chorei, quase desmaiei. Claro que sem fazer muito escândalo, como uma mãe deve ser. 

Virei para a médica e falei: - Doutora, eu sou tão controlada. Por que estou tão nervosa? E ela me respondeu: - Porque não é todo dia que se vira mãe. E ao pensar nisso, me acalmei. Eu precisava ficar bem por ela.

E aí chegou o momento em que TUDO seria diferente a partir dalí: Beatriz nasceu. No dia 11 de junho de 2012, às 13h04, com 3.755 kg e 50 cm e chorando muito. Quando a médica a trouxe para o meu lado, ela ouviu a minha voz falando com ela e por alguns segundos parou de chorar. Ela me reconheceu. Ela sabia que a mãe dela estava alí e que iria protegê-la.

Eu nunca tinha chorado de felicidade. Mas dessa vez eu chorei e MUITO. Foi a maior e a mais indescritível emoção da minha vida. O maior amor do mundo! E tudo estava apenas começando... 

Bia no seu primeiro dia de vida.
Essa é a primeira parte da história... Por isso, considerei esse post como "Maternidade - Parte I". Ainda tem muita coisa pela frente...

Nos encontramos em outros posts. 
Um forte abraço.

3 comentários:

  1. Ansiosa por "Maternidade - Parte II"... E feliz por ter vivenciado, de certa forma, aquele grande dia com você... Te amo.

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  2. Meu Deus, foi no outro dia que eu mesma vivi parte I duas vezes! Muitas outras partes virão e que sejam tão lindas quanto essa , nos momentos e na narrativa! Te amo!

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  3. Meu Deus, foi no outro dia que eu mesma vivi parte I duas vezes! Muitas outras partes virão e que sejam tão lindas quanto essa , nos momentos e na narrativa! Te amo!

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